quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um pouco de Atenção

Não lhe pedi que me desse atenção, mas sorriu-me e fechou os olhos, caiu-lhe uma lágrima e desfaleceu encaixando-se nos meus dedos.
Foste tu que a magoaste?
Foste tu que disseste que não a ias voltar a ver, que já não te importavas com as formas que ela tomava?
Como foste capaz de entristecer a lua...
Desperdiçaste todos os sorrisos que ela trabalhou para ti, todas as noites que ela esperou por ti e percorreu o céu à tua procura.
Sabias que todas as noites, invariavelmente, ela acabou a chorar no mar?
E que cada vez que vislumbrava o reflexo da tua luz se recompunha e sorria...
E nunca foste capaz de olhar para ela, não sabes de que cor são os seus olhos, pois não?
O mar ouvia-a e calava-se, coleccionava as suas lágrimas mas nunca foi capaz de te fazer perceber o que se passava, porém hoje ela veio e falou comigo, foi a mim que ela contou que te amava e que tu nem sabias qual era o seu cheiro.
E eu não consigo guardar a revolta, se a reprimir ela vai alargar barreiras e destruir diques e vai acabar por se fazer sentir.
Não me peças desculpa...
não sou eu que tenho um rasgão do teu punhal no peito.
Olha para a lua e sussurra-lhe que gostas dela, pode ser que um dia ela acredite e volte a sorrir para ti.
( Mone Carmo) !

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