sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estava, eu, ouvindo e resolvi...


Chico Buarque

Construção

Amou daquela vez
Como se fosse a última
Beijou sua mulher
Como se fosse a última
E cada filho seu
Como se fosse o único
E atravessou a rua
Com seu passo tímido
Subiu a construção
Como se fosse máquina
Ergueu no patamar
Quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo
Num desenho mágico
Seus olhos embotados
De cimento e lágrima
Sentou prá descansar
Como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz
Como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou
Como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou
Como se ouvisse música
E tropeçou no céu
Como se fosse um bêbado
E flutuou no ar
Como se fosse um pássaro
E se acabou no chão
Feito um pacote flácido
Agonizou no meio
Do passeio público
Morreu na contramão
Atrapalhando o tráfego...

Amou daquela vez
Como se fosse o último
Beijou sua mulher
Como se fosse a única
E cada filho seu
Como se fosse o pródigo
E atravessou a rua
Com seu passo bêbado
Subiu a construção
Como se fosse sólido
Ergueu no patamar
Quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo
Num desenho lógico
Seus olhos embotados
De cimento e tráfego
Sentou prá descansar
Como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz
Como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou
Como se fosse máquina
Dançou e gargalhou
Como se fosse o próximo
E tropeçou no céu
Como se ouvisse música
E flutuou no ar
Como se fosse sábado
E se acabou no chão
Feito um pacote tímido
Agonizou no meio
Do passeio náufrago
Morreu na contramão
Atrapalhando o público...

Amou daquela vez
Como se fosse máquina
Beijou sua mulher
Como se fosse lógico
Ergueu no patamar
Quatro paredes flácidas
Sentou prá descansar
Como se fosse um pássaro
E flutuou no ar
Como se fosse um príncipe
E se acabou no chão
Feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão
Atrapalhando o sábado...

Por esse pão prá comer
Por esse chão prá dormir
A certidão prá nascer
E a concessão prá sorrir
Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague...

Pela cachaça de graça
Que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça
Que a gente tem que tossir
Pelo andaimes pingentes
Que a gente tem que cair
Deus lhe pague...

Pela mulher carpideira
Prá nos louvar e cuspir
E pelas moscas bixeiras
A nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira
Que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague...

segunda-feira, 24 de maio de 2010





O tempo passa e tudo perdeu a graça!
pessoas se foram e tudo aqui em ponto morto!
Mudei, mudei, mudei, pra melhor?
Oras, não sei...
Só me recordo das lembranças que o passado me traz!
Conhecidências de mais?
Boas ou ruins!
Dane-se o mundo não é assim!
Vou exercitando o MEU português ruim, cantando!

BY _ TAYAH

Entre Linhas!



Percorrendo os labirintos da minha mente, me perco e me encontro, rodo e rodo, sem parar sem esperar, esperando! Viajar, sair ou ficar? Continuar, pensando andando... Amando e me perdendo, Nos dias, meses, anos! De uma vida, lépida e intensa, Curta, ou imensa? Somos nós os criadores do criador? Ou o criador da criação? Perguntas que não param de chegar! E a melodia continua nor AR! O mar a se aclmar, Mais um dia a findar! Desligando os pensamentos, O CORPO, cansado e VELHO! A melodia a tocar e eu aqui a esperar!

BY__ TAYAH

segunda-feira, 3 de maio de 2010

onde vou parar ?



Perco-me, bem lá no interior, e não sei o caminho de casa. Acontece tantas vezes que até já quase me habituei. Porque há dias em que sou pouco mais que discurso decorado, interiorizado, amontoado de certezas baratas.Há os dias em que, mesmo eu já sabendo, preciso que me digam que tudo vai correr bem. E que não tenho que tentar aguentar o barco sozinha. Fingir que não dói.Há dias assim, sem solução mas com vontade. E tem que bastar.

Por hora, meus pés nervosos estão tentando ganhar vida própria e voltar a estrada. Preciso acompanhá-los, senão serei a última a saber onde vão parar.

"Risco o canto da folha , dobro a ponta da alma ... tenho medo de continuar "

( by: Naiane )

Há dias assim ...



Simplesmente porque há dias assim...Olho e já não vejo amigos que tive!Simplesmente porque há coisas que ficam no passado...Espero, mas nada regressa!Simplesmente porque há pessoas que vão...E já não consigo pedir-lhes que fiquem!Simplesmente porque há gestos que marcam...E recordo-os todas as noites até à exaustão!Simplesmente porque há palavras que ferem...E os meus ouvidos nunca conseguem fugir de ouvi-las!Simplesmente porque há alturas erradas...Mas não deixam de ser as pessoas certas!Simplesmente porque há a altura certa...E a minha ainda não chegou!Simplesmente porque há cartas já escritas...E nunca as irei enviar!Simplesmente porque há dias de solidão...E já não tenho um abraço sentido!Simplesmente porque há pedras no caminho...Mas o meu castelo não tem habitantes!Simplesmente porque há lágrimas nos meus olhos...Porque há dias que nos foge o sorriso, porque há dias assim...

(by: Nay )