Deixar fluir, ir navegando e mudando a direção conforme o vento. Eu até sei o caminho só fico indecisa na hora de escolher qual deles nã tem precipicio. De alguma forma eu sinto aqui dentro que nunca mais vou conseguir fluir. Deixar as coisas acontecerem, pular no escuro da piscina mesmo que esteja de colete salva-vidas, mesmo que com tubos de oxigênio infindáveis, nada é simples pra mim. Tudo se tornou enigmas, eu tento decifrar cada um, milimetro por milimetro. Olhar, suspiros, negações e ausências, eu quero encntrar sentido e, o pior, defeito em tudo. Estou sempre procurando um motivo pra fechar a porta que dá direto no ponto fraco do meu coração. Eu cerquei minha alma com arame farpado, algum dispositivo em mim não me permite mais gostar de alguém ao ponto de racionalizar, de virar idiota, de agir como quem gosta, de não fazer sentido. O que busco agora são explicações para apertar o botão de dessistência, uso qualquer motivo contra minha felicidade, e eu nao sei como farei um dia essa autosabotagem parar, esse exterminio de uma possivel felicidade. Deve ser o medo de fazer tudo errado outra vez, ou de acertar dessa vez. O meu passado ainda é o maior exemplo de amor que eu tive na vida, amor que sobrevive ao tempo, à indiferença, ao presente, ao aborto de uma relação que existiu e resistiu a distâncias e acenos de adeus. Preciso deixar fluir, dar uma chance pra mim. E que eu entenda que '' não importa o quanto vai durar - é infinito agora''.
( by: Nay)
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