sábado, 11 de dezembro de 2010


Nada mudou...
O meu eu atual, assim como o eu de tempos atrás, esquiva-se de compareções se brada a todos os presentes, mesmo sem o uso de palavras, que evoluiu, que cresceu, que amadureceu, uma meia-dúzia de alterações superficiais e delicada carcaça de adulto que me reveste não são o bastante para que me prive de ser quem eu realmente sou. E a 2 4 6 anos atrás, tudo era exatamente igual. Mudou apenas o cenário, a circunstância e a intensidade com que eu sinto isso. Hoje sou capaz de sentir mais, e não sei até que ponto isso pode ser bom, ou até mesmo saúdavel. Eu pensava sobre as mesmas coisas, da mesma forma, com o mesmo negativismo perene que sempre andou de mãos dadas com a minha alegria esfuziante que distrai a maioria. Tudo mudou sem nada mudar. Muito mudei sem nada mudar. E isso nunca foi tão óbvio como agora.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

eu corri as escadas



Com um alto nível de desespero, não sabia o que me esperava, mais eu sabia que ficar parado feito uma estátua de mármore humana, esperando uma ligação não me acalmaria. Porque nada me acalmaria que não fosse vê-la novamente. Eu abri a porta com tanta força que ouvi ela se chocar contra a parede, ofegante eu vasculhei com os olhos em fúria o apartamento e logo a alguns metros a frente ela estava sentada, na cadeira metálica, olhando através da janela, como se houvesse um outro mundo atrás daqueles vidros embaçados que só se passava no brilho dos seus olhos. Ela não me olhou quando eu invandi a sua casa, na verdade, acha que ela não me ouviu, por mais incrível que tenha sido o barulho que eu fiz ela estava perdida em algo, algo que eu daria tudo para saber do que se tratava. Ela continuou imóvel, com o rosto coberto por uma mecha de cabelos, ela encolheu os joelhos e os abraçou, como se eles fossem uma criança, como se ela fosse uma criança. Respirei fundo e, prestes a dar o primeiro passo ela me olhou.Eu esperei tanto aquele sorriso, aquela expressão de menina, que faz traquinagem, que joga a bola para a casa do vizinho de propósito. Ela tirou a mecha de cabelo dos olhos e a escondeu por trás da orelha, sorriu para mim e aquele era sem dúvida o sorriso mais lindo que ela havia me dado. Ela me olhou como se não houvesse nada ali, e antes que eu pudesse perguntar ela falou: “Eu estava pensando em você Nane.” (Sonho)


Saudadades de voocê Jó! ♥